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terça-feira, 4 de março de 2008

Pontapé Inicial

A muito venho me perguntando sobre o papel do esporte no mundo atual. Como deve ser classificada a notícia e a análise esportiva dentro do jornalismo? Qual é a importância do esporte no mundo e, mais especificamente, do futebol no Brasil? Entretenimento, cultura, informação essencial? Como você, leitor, pode perceber, há muito mais perguntas do que respostas sobre o assunto.

Do alto de minha pouca experiência, vivência e conhecimento, me arriscaria a contrariar a corrente que define o jornalismo esportivo – e o esporte, de uma maneira geral – como mero entretenimento. Talvez isso seja válido em outros países e em sociedades diversas. Mas é justamente o esporte, irmão um pouco mais sério do jogo e da brincadeira, um dos poucos assuntos levados realmente a sério pelo brasileiro comum. O futebol, esporte nacional, é mais que uma religião nas terras tupiniquins, uma parte indissociável da identidade nacional.

Há quem diga também que o “esporte” brasileiro é um verdadeiro samba de uma nota só: futebol, futebol e mais futebol. É bem verdade que o esporte bretão é o assunto mais regular em qualquer discussão. Enquanto questões políticas, econômicas, sociais e culturais nascem e morrem com relativa rapidez, o assunto futebol está sempre presente. E é tão massificado que vez ou outra temos a impressão de lermos a mesma notícia ou de estarmos ouvindo o mesmo comentário.

A despeito disso tudo afirmo que há, sim, vida esportiva além do futebol. Já tivemos inúmeras coqueluches que trouxeram à tona esportes “menores”, ou seja, menos populares: o automobilismo com Fittipaldi, Piquet e, sobretudo, Ayrton Senna; o vôlei com suas gerações de prata e outro, sem falar na espetacular “Era Bernardinho”; o tênis com Guga; o basquete com Oscar, Hortência e Paula. Enfim, nunca há só o futebol.

É tentando responder – e corresponder – intuitivamente a todas essas reflexões que criei este singelo sítio. Essas respostas já começam no título. “Cena Esportiva” não faz referência só ao futebol, embora seja inegável que ele dominará as discussões. Tentarei por em prática aquilo que não sei explicar na teoria. As notícias aqui publicadas não serão meros “palpites” ou “fofocas de vestiário”, como pode se pensar. Serão, isso sim, fontes de informação sobre o que vai acontecer e o que acontece de importante. As análises, por sua vez, tentarão não cair na vala comum do clubismo ou do achismo. Nesse momento torno público o desafio de analisar o jogo como uma ciência ou um outro tema de extrema exatidão. Farei de tudo para deixar de lado preferências e preconceitos, o necessário para oferecer um jornalismo esportivo independente e de qualidade.

Sei que me alonguei de mais, mas gosto de viajar um pouco de vez em quando. À você que navegou até aqui e leu esse texto fica o convite: aporte, abaixe as velas e jogue as âncoras. Esse espaço é dedicado a todos que anseiam por um tratamento efetivamente profissional no jornalismo esportivo, deixando de lado os torcedores de paletó e os ex-jogadores que entendem muito de prática e nada do jogo. Arrisco-me a dizer, até com alguma pretensão, que aqui é o seu lugar.

Abraços e até breve!

4 comentários:

Feänor disse...

Em primeiro lugar, bem-vindo à blogosfera! Se você ficar por tempo suficiente por aqui, vai perceber que é um excelente local para conhecer pessoas interessantes e adquirir cultura "direto da fonte".

Sobre seu post, minha opinião sobre o futebol é preconceituosa, já que sempre o imaginei como o "pão e circo" moderno do povo brasileiro.

O motivo está nas suas próprias palavras:

"...um dos poucos assuntos levados realmente a sério pelo brasileiro comum. O futebol, esporte nacional, é mais que uma religião nas terras tupiniquins, uma parte indissociável da identidade nacional..."

Meu problema não é com o esporte em si, mas com o status quase divino dado pelo povo ao esporte e seus praticantes.

Inveja? Longe disso...

Isso, penso eu, cria situações temerárias, onde o rebaixamento de um time para a segunda divisão dá ensejo a discussões apaixonadas e matérias na primeira página dos jornais, enquanto a pauta de votações do congresso fica relegada a uma subcoluna da página A8.

Ou seja: meu problema é com o FANATISMO, porque creio que qualquer comportamento fanático - esportivo, religioso ou o raio que o parta - é temerário, porque aliena a pessoa de outros assuntos que não aquele que é de seu maior interesse.

E se o povo só tem olhos para o futebol, quem irá cobrar os políticos por melhorias...? Quem irá fiscalizar parlamentares e estadistas...?

Mas esta é uma opinião, como eu disse, muito pessoal e de forma alguma pretendo que ela seja isenta de pré-conceitos.

Mas eu não sou jornalista, então me dou ao luxo de, de vez em quando, "desabafar" por aí com minha visão pessoal rs

Um abraço, e boa sorte com o blog!

Bruno Moura disse...

Primeiramente, Muito Obrigado pela visita que Tú fez no meu Blog.Ludov e LH são exelentes bandas msm. Sobre o teu Blog, eu curto muito Esporte sabe, não sou do Futebol mais Torço Pro Vitória(BA) e pro FlamenGo(RJ)
Ficarei muito feliz se colocar materias relacionadas a Esportes Radicais..Skate,Hapell,Trilhas... até msm o Surf Que Pratico.
Tenha Uma Boa Sorte Com o Blog, Escreva suas materias e as divulge-as para o MUNDO!

Abraços

Jovita disse...

Tudo verdinho... Igualzinho a campo de futebol para a sua bola rolar.
Ei rapaz, boa sorte com o seu mais novo empreendimento bloguístico e espero que ele dure muitas Copas.
Um beijo.

Felipe Hammes Rodrigues disse...

Acho que o esporte merece muito mais atenção dos meios de comunicação e formadores de opinião.

O esporte tem um grande valor social. É o momento em que pobre e rico, inteligente e analfabeto, negro e branco, dividem a mesma atenção, trocam idéias. Depois de um gol, não é raro você dar um abraço em um cara que nunca havia visto na vida. E não importa a origem ou raça da pessoa. Ali, vocês estão pelo mesmo motivo.

Também é notório o dom que o esporte tem em fazer as pessoas esquecerem conflitos por algum tempo. Lembrem-se do amistoso entre Haiti e Brasil. O Haiti em guerra social. Chegam astros, como Ronaldinho e Kaká e o povo acena, grita, sorri. Um país em guerra. Por dois dias, viveu um estado de extrema euforia.

Isso só o esporte consegue.

Abraço e boa sorte!