
A prova disso é o 2010 repleto de polêmicas e fatos mal-explicados nos lados da Gávea. Patrícia Amorim, que prometia uma mudança radical no clube, se limita a equilibrar as mesmas figuras de sempre. Marcos Braz, talvez iludido pelo triunfo, colocou o carro na frente dos bois e tomou uma série de decisões equivocadas. Andrade não tem mais o comando do grupo e, pior, travestiu-se de uma arrogância desmedida para alguém com apenas uma conquista expressiva na carreira de t écnico. Já é quase certo de que seu ciclo no clube acabou.
E há ainda o caso dos jogadores. Adriano parece ter se convencido novamente de que pode jogar bem em qualquer circunstância, mesmo sem estar devidamente preparado para isso. Este ano sua vida pessoal rendeu muito mais manchetes do que seus gols, para o azar dos rubro-negros. Petkovic, o maior responsável pela campanha do hexa, entrou em rota de colisão com dirigentes, comissão técnica e companheiros - talvez até por não concordar na forma como as coisas estão sendo conduzidas. Isso sem falar de vários outros episódios estranhos, como a barração de Angelim, o desempenho pífio de Kleberson e Alvaro...
A verdade é que o Flamengo, que tentava se achar, se perdeu de vez. Hoje o clube é provinciano e amador, no pior dos sentidos. Se contenta em ganhar campeonatos cariocas e se proclamar "Rei do Rio", quando deveria ter ambições nacionais e continentais. Mais uma vez, a virtual eliminação da Libertadores (o Fla depende de uma combinação de resultados para prosseguir) acena com a realidade: o Flamengo contenta-se com pouco, gaba-se como se tivesse muito e decepciona na hora H. Resta ao rubro-negro torcer contra os rivais hoje e, principalmente, torcer para que o clube siga um projeto sério de estruturação, condizente com as ambições que uma equipe de sua tradição deve ter.
Caso isso não ocorra rápido, o Flamengo corre o risco de perder até mesmo sua hegemonia estadual, visto que Vasco e, principalmente, Botafogo seguem projetos modernos de reestruturação.
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